Para todo desenvolvimento econômico, há uma capacidade de suporte que, quando ultrapassada, causa declínio na disponibilidade de recursos e na integridade ambiental. Na aquicultura, o grande desafio atual dos órgãos públicos reguladores é a determinação da capacidade de suporte dos reservatórios de hidrelétricas para a produção de tilápias em tanques-rede. Mas, e a capacidade de suporte de cada tanque-rede? Quantos peixes o piscicultor pode estocar em seus tanques? Esta é uma questão menos discutida, mas que interfere diretamente no desempenho produtivo dos peixes e, consequentemente, no bolso do produtor. Este artigo evidencia esta relação e demonstra, também, o efeito da densidade de estocagem na ocorrência de enfermidades, nos níveis de oxigênio dissolvido dentro dos tanques, na uniformidade do lote e no custo de produção. O conhecimento dessas relações poderá ajudar o piscicultor a determinar a capacidade de suporte de seus tanques, reduzindo os riscos e prolongando o sucesso de sua atividade.

 

O sistema de criação em tanques-rede no Brasil é uma atividade relativamente recente. O modelo produtivo atual foi desenvolvido pelos piscicultores pioneiros na atividade e, atualmente, apresenta variações resultantes da estrutura disponível, das necessidades de mercado e das características locais.
Apesar destas variações no manejo, a maioria dos piscicultores tem se deparado com dificuldades semelhantes, relacionadas ao elevado custo de produção e à alta taxa de mortalidade, principalmente no verão, quando a temperatura da água ultrapassa 31°C.

Nos estudos realizados pelo Laboratório de Enfermidade de Animais Aquáticos (LENAQ) da APTA de Votuporanga, SP, temos verificado uma estreita relação entre a ocorrência das enfermidades e a densidade de estocagem que os piscicultores utilizam. Outra constatação tem sido o aumento da mortalidade dos peixes após o manejo de classificação.

A partir dessas observações, verificamos a necessidade de testar diferentes densidades de estocagem na criação das tilápias em tanques-rede e avaliar a real necessidade do manejo de classificação dos peixes. Para isso, instalamos um experimento dividido em duas fases (I e II). Foram testadas quatro densidades em cada fase de criação de tilápia do Nilo em tanques-rede de 6 m3 (2 x 2 x 1,5 m).

Fonte: panoramadaaquicultura.com.br